A Mind Technology traça há 28 anos um percurso marcado pela inovação e capacidade de antecipar o futuro. São quase três décadas de atividade no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a indústria têxtil e vestuário que fomos conhecer.
Vítor Duarte, diretor da unidade de Sistemas Industriais, e Filipe Cardoso, gestor de clientes da mesma unidade, contam ao T Jornal os desafios enfrentados, as conquistas alcançadas e a sua visão para o futuro no sentido de continuar a guiar o caminho para a transformação digital.
A Mind completa 28 anos de atividade. Para quem ainda não conhece a empresa, que é totalmente portuguesa, como é que tudo começou e quais são as soluções que oferece atualmente ao sector têxtil e vestuário?
Vítor Duarte: A Mind nasceu em 1996, com raízes no setor do calçado, desenvolvendo soluções de corte e automação para a indústria. Ao longo dos anos, expandimos a nossa atuação para o setor têxtil e vestuário, onde temos vindo a aprofundar a nossa intervenção, sobretudo na área dos sistemas de corte. Hoje, oferecemos soluções que otimizam os processos de preparação e execução do corte, promovendo ganhos de produtividade, redução de desperdício e maior flexibilidade na produção. Tudo isto com tecnologia desenvolvida integralmente em Portugal.
Quais foram os principais desafios enfrentados?
Vítor Duarte: Um dos maiores desafios foi sempre manter a inovação como motor, num setor onde a tecnologia nem sempre foi prioritária. Também enfrentámos momentos difíceis como as crises económicas, a pandemia ou a escassez global de componentes, que testaram a nossa capacidade de adaptação. Mas foi nesses momentos que reforçámos a nossa resiliência e proximidade com os clientes.
E as principais conquistas?
Vítor Duarte: Conseguimos posicionar-nos como uma referência nacional e internacional em soluções de CAD, corte e digitalização para a indústria têxtil, com presença em dezenas de países. Temos o orgulho de sermos parceiros de empresas líderes e inovadoras, algumas das quais iniciaram connosco o seu processo de transformação digital. Além disso, conquistámos uma reputação de confiança e solidez que é para nós motivo de grande orgulho.
Quais são os valores que orientam a vossa atividade e aspetos que vos distinguem da concorrência?
Vítor Duarte: A inovação contínua, a proximidade com o cliente e o compromisso com a qualidade são os nossos pilares. Trabalhamos com equipas altamente especializadas, com uma forte componente de I&D, e temos um modelo muito colaborativo com os nossos parceiros. Diria que o que mais nos distingue é a capacidade de personalização e o conhecimento profundo do terreno, que nos permite desenvolver soluções ajustadas à realidade de cada cliente.
Como é que a Mind pode ajudar as empresas do STV na sua transformação tecnológica?
Filipe Cardoso: A nossa missão é automatizar os processos relacionados com o corte — desde a preparação das ordens de produção, planeamento e nesting, até à execução e monitorização em tempo real. As nossas soluções permitem reduzir desperdício, melhorar a eficiência e aumentar a flexibilidade. Além disso, são modulares e integram-se facilmente com os sistemas existentes nas fábricas, o que facilita a adoção faseada e maximiza o retorno do investimento.
Como descreveria a relação da Mind com os seus clientes? Quantos têm neste momento? Podem dar alguns exemplos de empresas que trabalham convosco?
Vítor Duarte: A relação com os clientes é de verdadeira parceria. Muitos deles estão connosco há décadas e envolvemo-nos de forma próxima no seu crescimento. No setor têxtil e vestuário, trabalhamos atualmente com algumas dezenas de clientes ativos, desde pequenas oficinas até grandes grupos industriais. Exemplo disso são empresas como a Valérius, a Polopiqué, a Petratex ou a Twintex. No setor do calçado, onde a nossa presença é mais antiga, temos já centenas de clientes ativos. Em todos os casos, procuramos construir relações duradouras, baseadas em confiança e resultados.
Quais são as principais tendências que a Mind vê como oportunidades para o futuro? Pode falar um pouco da IA e de que forma a estão a incorporar?
Filipe Cardoso: A inteligência artificial já não é uma promessa, é uma realidade. Estamos a incorporá-la em áreas como a otimização de planos de corte e o reconhecimento de características (feature recognition), o que permite uma maior automação e inteligência nos processos de preparação para o corte. Também vemos grandes oportunidades na integração de dados ao longo de toda a cadeia produtiva, o que permite uma produção mais responsiva e flexível. Acreditamos que o futuro passa por sistemas cada vez mais autónomos, assistidos por IA, mas sempre com o know-how humano como base.
Que estratégia é que têm delineada para continuarem a manterem-se relevantes num mercado tão dinâmico?
Vítor Duarte: Investimento contínuo em I&D, escuta ativa aos nossos clientes e aposta em talento. Estamos a reforçar equipas, a renovar infraestruturas e a investir em novas parcerias tecnológicas. Mas, acima de tudo, estamos sempre a desafiar-nos a fazer melhor e a antecipar as necessidades do mercado.
Como é que a Mind incorpora a sustentabilidade nos seus negócios
Filipe Cardoso: As nossas soluções permitem aos clientes reduzir desperdícios de matéria-prima, energia e tempo — o que é um contributo direto para a sustentabilidade. Estamos também a trabalhar com empresas que apostam em matérias-primas recicladas, upcycling e produção sob demanda. Internamente, temos práticas de eficiência energética, reciclagem e mobilidade sustentável.
Como correu a feira Maquitex? Quais eram os objetivos? Cumpriram-se?
Vítor Duarte: A Maquitex superou as nossas expectativas. Foi um momento importante para reforçar a nossa presença no mercado nacional e mostrar ao vivo algumas das mais recentes inovações. Tivemos um fluxo constante de visitas, com grande interesse nas soluções de reconhecimento automático e digitalização. O balanço é positivo.
